sábado, 28 de novembro de 2015

odio as contradicoes

Dialética nada mais é do que o estudo das contradições da vida e do mundo. Este é o verdadeiro "método científico". A análise meticulosa, persistente e sistemática de antagonismos é o que conduz, às vezes, conforme o alvedrio da graça divina, a um momento transcendental de intuição da realidade. A lógica só vem depois, para dar o arcabouço racional e referendar o conhecimento já obtido pela intuição, através da laranja espremida pela dialética.

De acordo com Aristóteles, um empirista-racionalista, o conhecimento provem dos sentidos e lapida-se pela razão. A parte dos sentidos é justamente a intuição, isto é, "sentir" a presença direta do Ser. Depois vem a Lógica, para passar a maquiagem.

"A superficialidade consiste, basicamente, no ódio das contradições da vida", já dizia Nicolas Gomez Dávila. A pessoa superficial ao se deparar com uma contradição, ao invés de sentir o espanto aristotélico, sente ódio e, ao invés de estudar as contradições, sai correndo e cantando vitória.

Nietzsche, por sua vez, na obra sobre o nascimento da tragédia grega, concluiu que, no apogeu ateniense, eles preferiam peças teatrais do gênero "tragédia", mas, com o passar do tempo, passaram a preferir sátiras e comédias. Ele concluiu que isto é um sintoma de uma sociedade decadente: o abandono do apreço pelas tragédias.

Faz todo o sentido, pois a contemplação das tragédias, faz com que se estude as contradições da vida e assim atinja-se um patamar superior de conhecimento, bondade e beleza, fazendo com que exista uma elite intelectual que consubstancie a Alta Cultura, que é necessária para servir de referência a uma sociedade sadia, precisamente o que falta em sociedades hedonistas, como a brasileira, notoriamente decadente.

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