domingo, 15 de dezembro de 2013

Vou me filiar a um partido comunista


Resolvi me filiar a um partido comunista, entenda a verdadeira razão:

Decidi me filiar a um partido comunista. Depois de muito relutar, cheguei a conclusão que devo contribuir, por uma razão de obrigação moral, com a política e exercer minha cidadania.

Ainda não decidi qual será o partido, talvez o PSOL, PCdoB, PSTU, PCB ou PT, mas, desde já, peço seu voto, caso um dia me veja na propaganda eleitoral.

Meu projeto de governo é muito simples: eu assevero que, no máximo em 250 anos, vou trazer o paraíso para a Terra. Tudo que peço em troca é um pouco de paciência, pois você há de convir que não se trata de uma tarefa simples. Talvez eu precise restringir seus direitos fundamentais, tais como mitigar o princípio da legalidade, a livre manifestação de pensamento, liberdade de consciência, intimidade, vida privada.

Em relação ao direito a propriedade, não posso prometer que vai ser garantido, mas caso seja, só se atingir a função social. O que é função social da propriedade? É um conceito bem aberto e prometo que será delineado no caso concreto, de forma isenta, ad hoc e post factum, por magistrados comprometidos com nossa causa!

Advirto, desde já, que, para dirimir eventuais omissões do novo ordenamento jurídico-comunista, poderei precisar criar um Tribunal de Exceção, mas garanto que será pautado no bem da coletividade em detrimento do indivíduo.

Há outras importantes ressalvas que devo fazer: talvez eu precise privar opositores dos seus direitos por motivo de convicção filósofica ou política, talvez eu precise criar um tipo penal do nada, por uma portaria ou decreto, se algum opositor fizer algo que eu não goste. Se for opositor, mesmo se já civilmente identificado, será necessário proceder a identificação criminal...

É possível, na realidade quase inevitável, que haja uma grande crise produtiva nos primeiros anos, nos quais estaremos nos adaptando e alguns milhões de pessoas morram de fome, mas, como disse Lênin: “É preciso dar um passo para trás, para dar dois passos para frente.”. Talvez ocorra o que acabou de acontecer em 2013 na Venezuela: falta de papel higiênico, mas vou plantar mandar plantar muitas urtigas.

Por fim, talvez eu precise violar domicílios, cartas, comunicações telefônicas, telemáticas. Talvez precise matar alguns opositores, mas tudo em prol do paraíso que lhe assevero que teremos, em, no máximo, 250 anos. Talvez você já não esteja mais vivo, mas pense sempre no coletivo, nas gerações vindouras. Não seja egoísta!

Como tenho tanta certeza que, em no máximo 250 anos, conseguirei trazer o paraíso para a terra? Simples: nunca parou para pensar que o pessoal da Babilônia sabia explicar, melhor que nós hoje em dia, a influência dos astros em fenômenos do nosso dia a dia? Acha mesmo que tudo isso se perdeu? Eu detenho um conhecimento gnóstico que foi mantido em segredo por sociedades secretas, desde a Mesopotâmia e Egito Antigo, repassado apenas paulatinamente para os iniciados de grandes mestres como Aleister Crowley, Anton LaVey, Helena P. Blavatsky, Eliphas Levi, Alice Bailey, Manly P. Hall, David Spangler, Benjamin Creme, Albert Pike e outros, conforme evoluem de grau em grau, que será capaz de aniquilar o pérfido demiurgo que comanda este mundo. Conhecimento é poder. Acha mesmo que quem detem o poder iria querer passar o poder para qualquer um?

Como diria o Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgina Mufunga: “Aguarde e confie!”